sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sem água


Não há água saindo da mangueira
Nem gotas pingando da torneira
Brinquedos jogados no quintal
Não há o canto dos pássaros, nenhum pardal

Não há fluxo da correnteza
Nem força da corredeira
As margens estão escuras    
Com peixes mortos entre as espumas

Árvores secas adornam a paisagem
Que se espalham em meio a podridão
Aves mortas encalham nas ferragens
E ficam lentas as batidas do meu pobre coração

Nos desertos ainda se rastejam os camelos e dromedários
Nas savanas já estão mortos os elefantes e leões
Queimaram todas as cartas do baralho
E esconderam todas acusações

Os rios e lagos secaram
Córregos e represas também
Não há mais vida na Terra
Nem em ninguém.

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